"Ele sabe o que assusta vocês!"

“Antes era o escuro que metia medo; agora passa a ser a luz...” De uma dimensão para além dos vivos, um terror que aniquila.
Da tela sem vida da televisão vem o horror que nos arrebata...POLTERGEIST, É a destruição apossando-se de uma criança inocente.

sábado, 23 de maio de 2015

Remake de Poltergeist - O Fenômeno estreia mas não decola



Finalmente estreou nos cinemas o remake de Poltergeist – O Fenômeno e claro que eu fui lá dar uma olhadinha. Confesso que fiquei bastante decepcionado com o que assisti. É óbvio que para quem já assistiu o original, façamos as comparações necessárias entre os dois, assim como toda obra que é repaginada.



Não que seja um filme realmente ruim, apenas não diz a que realmente veio, dá a impressão que foi feito porque tinha que ser, porque está na moda refilmar clássicos dos anos 80. Saí do cinema decepcionado, com a sensação de que estava faltando algo no que vi, parecia que eu estava assistindo mais um famigerado “Atividade Paranormal” ou mais um daqueles remakes de filmes japoneses. É claro que devemos levar em consideração que o primeiro filme, na época em que foi lançado, fazia bem mais sentido a história. Era 1982, quando Ronald Reagan começava seu mandato como presidente, e o neoliberalismo ganhava força. Nesse mesmo momento, a vida nos subúrbios era cercada de eletrodomésticos e dava a (falsa) ideia de conforto. Steven Spielberg, no roteiro, e Tobe Hooper, na direção, mostraram que nem a própria e confortável casa suburbana era um local seguro. Os espíritos malignos, os Poltergeists do título, eram a materialização dos maiores medos da classe média, tão pré-moldados e estandardizados como a infinidade de casinhas que compõem o seu bairro. 



Em 2015, o cenário é outro: não se existe mais essa ideia de segurança – o 11 de Setembro, por exemplo, mostrou aos norte-americanos que ninguém está seguro. O remake, cujo roteiro é assinado pelo dramaturgo David Lindsay-Abaire, parece perder um pouco do que teria a dizer, pois o roteiro adentra a era do terror contemporâneo, sobrepondo estímulos assustadores, partindo para a lógica de que mais é melhor. 
O início do filme altera sensivelmente a história e os temas em relação ao Poltergeist original, de 1982. As torres elétricas na vizinhança são filmadas diversas vezes, como elemento imponente e assustador, enquanto o título do filme aparece como uma sombra no terreno vazio, que se torna uma bela metáfora do que está por vir. É um filme de terror adaptado aos tempos modernos, estabelecendo relações com a onda de desemprego, a especulação imobiliária, a era das celebridades instantâneas e principalmente a nossa relação com a tecnologia, o que vai desde a presença de furadeiras até televisores, telefones, tablets e drones, a nossa obsessão por esses equipamentos.
Depois de trinta minutos sugerindo a aparição de fenômenos assustadores, o roteiro apresenta todas essas cenas de uma só vez. Dentro da casa, cada um dos três filhos é atingido por uma grande manifestação sobrenatural, retratada em montagem paralela. Infelizmente, esta escolha enfraquece as cenas – duas delas antológicas, retiradas da trama original – que não possuem a força ou o tempo necessário para se desenvolver. Quando o espectador começa a temer por uma das crianças, a imagem corta para mostrar o sofrimento da outra, no cômodo ao lado.
As irrupções simultâneas de demônios, brinquedos possuídos e gosmas no chão fazem de Poltergeist um produto semelhante a filmes de terror atuais, nada de novo, mas nas cenas de ação a produção demonstra seu domínio em efeitos especiais, como a cena da árvore que é muito bem feita, até mais do que os espíritos malignos que estão na casa.


Vamos às comparações com o original de 1982 e o remake de 2015:
 
O filme



O POLTERGEIST – O FENÔMENO original, é um clássico filme de terror que foi lançado de forma perfeita e beneficiou a carreira dos dois responsáveis que deram vida a ele. Com direção de Tobe Hooper (O Massacre da Serra Elétrica) e produção de Steven Spielberg, eles fizeram mais do que apresentar alguns fantasmas insignificantes de um filme "B". Ele trouxe mais do que alguns momentos verdadeiramente assustadores, mas também cenas marcantes, frases de feitos e personagens cativantes, uma quantidade significativa de charme que cativou o filme e os personagens na consciência coletiva do público. Estes foram alguns dos pontos que costumam ser destacados por qualquer crítica sobre a obra original, marcando uma época e lembrado até hoje como uma das melhores produções de horror realizadas até hoje.

O remake tenta bravamente chegar perto, mas falha por fazer mudanças desnecessárias para o filme e  realmente não faz nada para torná-lo melhor. Eles bem que tentaram atualizar a história para a atualidade introduzindo os problemas financeiros e desemprego do pai, e insegurança da mãe como escritora no enredo. O aumento do papel do filho do meio só serviu para tirar o personagem da mãe de cena quando se tratava de esforços heroicos. E francamente os acontecimentos sobrenaturais que ocorrem na casa, foram de longe bem melhores no original, mesmo que os efeitos pareçam envelhecidos com o tempo, são mais convincentes. O Remake é uma prova de que mesmo com todos os efeitos especiais em CGI do mundo, não substitui uma direção ágil e um roteiro inteligente.
 
A Introdução do filme



Em 1982, o filme começa mostrando o interior da casa dos Freelings. É tarde da noite e todos estão dormindo. A câmera passeia lentamente pelos cômodos. Conhecemos então cada um dos membros da família. Ao final desta sequência, Carol Anne se levanta da cama e desce até a sala, onde o pai está dormindo com a TV ligada em um canal fora de sintonia. A garotinha se aproxima da televisão e começa a “conversar” com o aparelho. Poucas palavras são ditas, mas o suficiente para a família inteira acordar. Ao final, Carol Anne toca a tela do aparelho com as duas mãos, em alusão ao cartaz do filme.

No remake, a ação começa dentro de um carro onde conhecemos a família Bowen, que está em busca de uma nova casa para morar. Ao chegarem ao novo endereço, descobrimos que o chefe da família perdeu o emprego e todos estão se adaptando a esta realidade. A nova casa parece ser tudo o que eles precisam e podem pagar. Nada de muito sobrenatural acontece nesta introdução.

A Família




A família original era composta pelo pai Steve (Craig T Nelson), a mãe Diane (JoBeth Williams), a filha mais velha Dana (Dominique Dunne), o filho do meio Robbie (Oliver Robins) e a caçula Carol Anne (Heather O’Rouke), e para não esquecer, o cãozinho E. Buzz. Um dos pontos mais funcionais da trama foi o de trabalhar com o drama que estes personagens passaram a sofrer depois que a pequena Carol Anne foi sequestrada. Aqui, a figura de Diane é a personagem principal e acaba respondendo com fio mais dramático da trama. É uma história de terror, mas guiada pelo medo e desespero de perder um ente querido. Neste contexto, o público sofre com Diane, que chora quando a alma da garota atravessa a dela. 



E uma das cenas mais icônicas, Diane precisa ir ao mundo espiritual buscar a filha. Ela grita com os espíritos e manda que se afastem das crianças. Outra cena clássica envolvendo a senhora Freeling acontece quando ela cai em uma piscina cheia de esqueletos, é aterrador e sufocante.


No remake, a família é composta pelo pai Sam (Sam Rockwell), a mãe Amy (Rosemarie DeWitt), a filha mais velha Kendra (Saxon Sharbino), o filho Griffin (Kyle Catlett) e a pequena Madison (Kennedi Clements). Diferente da trama original, em momento algum é possível ficar comovido com o sofrimento da nova família. Além disso, a figura da mãe parece estar alheia ao fato da sua filha caçula ter desaparecido e estar rodeada de espíritos querendo se apossar de sua força vital.

Os Pais




Craig T. Nelson e JoBeth Williams foram muito realistas como os pais suburbanos. Nelson era um típico pai dos anos 80 e Williams era uma mãe séria e ferozmente protetora. Os Freelings não demonstravam de forma alguma que tinham forças para lutar com fantasmas, mas em sua luta contra as forças do mal em sua casa, eles convenceram com louvor, como pessoas normais e dispostas a ir tão longe quanto eles tinham que ir, a fim de salvar seus filhos. Eles também interagiram como um sólido casal que deu a seus personagens uma dimensão adicional de realismo genuíno apesar das coisas fantásticas que estavam acontecendo ao seu redor.

Sam Rockwell e Rosemarie DeWitt são bons atores, convencem como casal moderno, mas sinceramente não convencem como pais de uma criança desaparecida ou de crianças em perigo. Pareciam apenas dois atores interpretando.

Carol Anne e Maddie 




Heather O'Rourke na época não era uma atriz mirim profissional, quando Spielberg a viu almoçando com sua mãe nos estúdios da MGM (sua irmã mais velha era a atriz da família na época). Heather  tinha participado apenas de um capítulo em uma série de TV quando conseguiu, aos cinco anos de idade, o papel de Carol Anne. Ela não era um daqueles atores mirins excessivamente precoces de Hollywood, mas apenas uma menina carismática, linda, de olhar meigo e inocente que fez o espectador realmente ficar preocupado com a segurança dela. Era impossível não simpatizar com ela e ficar arrepiado quando ela estava em perigo.



Kennedi Clements é simpática, também muito linda e faz um bom trabalho no papel de Madison, ela dá conta do recado. Mas é apresentada como uma personagem muito comum e fraca e o seu desaparecimento no filme não demonstra muita emoção e desespero como no original. Falta algo. Clements não é nenhuma novata nas telas, ela participou de algumas produções lançadas diretamente em DVD.

O Contato



No original a pequena Carol Anne, após acordar na cama dos pais numa noite de tempestade, escuta os chamados através a estática da TV ligada em um canal que teve a programação encerrada com hino nacional (coisa comum naquela época) e se dirige a ela com uma curiosidade infantil e quando vai tocá-la, uma mão fantasmagórica sai da tele e a toca, passa por ela, sentindo a sua pele quente, a maciez dos seus cabelos, a sensação de vida, de alguém que há tempos não experimenta isso, e através da jovem criança eles voltam a ter essas sensações. Daí a mão fantasmagórica, passa por dentro  da pequena e projeta-se na parede do quarto dos pais, provocando um tremor na casa toda, acordando a todos e deixando-os confusos sem saber o que está havendo, então Carol Anne fala inocentemente a sua famosa frase: “ Eles estão aqui!”.   



No remake, O irmão do meio, acorda no quarto dos pais , pois estava dormindo lá por medo de um esquilo que invadira o seu quarto(sótão) e escuta a voz de Madison vinda do andar de baixo. Curioso ele levanta e caminha em direção do som. Lá embaixo, na sala de estar da casa, ele se depara com Madison parada na frente da TV conversando baixinho, como se estivesse sonâmbula, então ela toca a enorme TV de tela plana, e diversas mão aparecem na tela, como se fossem espíritos presos dentro dela, daí as luzes começa a piscar alguns objetos se movem e Madison fala o bordão : “Eles estão aqui”, meio que sonolenta. Um contato frustrante e muito básico comparado ao de 1982.




A abdução de Carol Anne em 1982 e o sequestro de Madison em 2015



No original, enquanto a família desvia suas atenções para o fato absurdo do filho do meio estar sendo engolido por uma árvore no quintal, a pequena Carol Anne fica sozinha no quarto desprotegida, quando o armário do seu quarto se abre e suga violentamente a garota para dentro de uma luz ofuscante e tenebrosa, uma porta de entrada para o plano espiritual, durante o cair de uma tempestade. A sequência possui um grande impacto dentro da narrativa do filme.

No remake, a ação é desacelerada com Madison sendo enganada pelos espíritos para entrar no armário. Uma vez lá dentro, a garota se vira para a porta e, como em um pesadelo, percebe assustada o quanto está distante da entrada, os espíritos a agarram e a arrastam para a escuridão. Senti falta da luz, da magia, do medo daquele momento.



O Medo em 1982 e o Susto em 2015



O roteiro do original trabalha com uma eficiente construção de medo. Cada sequência, por mais simples que pareça, faz parte de um todo capaz de provocar medo no público que sempre se pega pensando que algo de errado está acontecendo. Além disso, o filme de 1982 possui sequências que são elegantemente construídas e tem-se um encantamento para depois racionalizar o medo. Um dos melhores exemplos desta característica no original acontece quando os espíritos descem as escadas da casa dos Freelings. Antes do medo, a cena é bonita e triste quando a Dra. Lesh afirma como aqueles espíritos são solitários.



No remake não existe esta elegância ou eficiente construção de medo. O filme acaba apelando para o susto fácil com sequências totalmente desnecessárias. Aqui um dos piores exemplos acontece quando o pai pensa ver Madison dentro do armário. Ao se aproximar, a garota de rosto deformado se vira bruscamente para assustar o pai. Além disso, boa parte dos sustos são provocados por movimentos de câmera e efeitos sonoros.




A Trilha sonora



Aqui vamos direto ao ponto. Jerry Goldsmith assinou a trilha sonora do original. Ele simplesmente recebeu em sua carreira 17 indicações ao Oscar de trilha sonora, tendo vencido pelo seu trabalho no filme A Profecia, em 1976. O tema de Carol Anne é um dos mais conhecidos do horror.
 
Marc Streitenfeld já participou de trilhas de grandes filmes como Gladiador, de 2000. O remake de Poltergeist não traz nada de impactante ou diferente do que produções genéricas de terror. Sentimos falta da trilha nas cenas de clímax que vimos no primeiro. O que vemos no remake, é em algumas cenas de susto, o silêncio para dar ênfase ao susto no espectador.
 
O outro lado




No original, Diane entra no plano espectral, conhecido como o outro lado, e passamos a acompanhar a ação no mundo dos vivos. Logo Diane retorna com Carol Anne. Mas mesmo sendo uma passagem rápida pelo outro lado, a ação na casa dos Freelings é tão intensa que não sobra tempo para pensar no que está acontecendo no mundo espiritual. A verdade é que "o outro lado" não foi mostrado por não ter funcionado nos testes de efeitos especiais. Mas o roteiro é tão bem amarrado que isto nunca foi um problema.





No remake com a chegada do especialista em fenômenos, Carrigan Burke (Jared Harris), traz à tona os clichês mais gastos do gênero de terror, uma mistura de Tangina com o Padre Merrin (O Exorcista), que assim que entra na casa, ele faz uma descrição ridiculamente precisa do fenômeno, explicando o plano ideal para salvar a pequena Maddie da assombração que a sequestrou. A tarefa, claro, passa pelo arsenal mais tecnológico possível: câmeras, monitores, fios, televisores, drones entrando no inferno e transmitindo as imagens via iPad.




Daí não apenas temos o outro lado como o vemos com uma riqueza de detalhes. A ambientação é até interessante, pois o que não foi mostrado no filme original, traz para nós espectadores o que acontecia e o que a pequena menina sequestrada passava no outro lado. Porém, o excesso, assim como o exagero de CGI, derrubam a sequência, ou seja, não ver o outro lado é muito mais assustador do que ver um mundo espiritual repleto de esqueletos em CGI. 

O Terrível Palhaço


Um das cenas mais emblemáticas do Poltergeist – O Fenômeno original era com um palhaço que ficava no quarto das crianças. O tal brinquedo era aparentemente normal, mas ao cair da noite, Robbie simplesmente não conseguia dormir de medo daquilo. Sentado em uma cadeira, o palhaço ficava sempre parado olhando para ele, sorrindo, e era isso que o tornava tão assustador. O público tinha a certeza de que algo de ruim poderia acontecer a qualquer momento.


Poltergeist - O Fenômeno 1982

O Ataque do palhaço (Poltergeist - O Fenômeno 1982) 
   
O Ataque do palhaço (Poltergeist - O Fenômeno 2015)

No remake, o palhaço é super esquisito e dificilmente um pai deixaria um brinquedo daquele no quarto de uma criança. O Tal palhaço foi encontrado em um cômodo secreto da casa, como que deixado pelos moradores anteriores. Diferente do original, o novo palhaço anda e podemos ver claramente este movimento em cena. A sutileza do original é muito mais assustadora do que o palhaço do remake.

Dana & Robbie Freeling e Griffin & Kendra Bowen

Com Dominique Dunne (Dana) realmente não se tem muito a fazer em relação ao resto do elenco no filme original, uma adolescente como outra qualquer que passa a maior parte do filme fora da casa com medo e reaparece na cena final, saindo do carro do namorado com uma marca "estranha" no pescoço. Mas Oliver Robins foi destaque em alguns dos momentos mais emblemáticos do filme (o palhaço e a árvore assustadora) e ele fez um grande trabalho. Lembro-me do desespero dele procurando aquele maldito e estranho palhaço embaixo da cama no filme. 




Saxon Sharbino está praticamente no mesmo barco que Dunne, pois é a filha mais velha do casal, assim como também não muito importante na trama. Mas o papel de filho do meio Griffin, foi mostrado no remake com o jovem Kyle Catlett, que teve um ótimo desempenho no filme, como um garoto frágil que tinha medo de sua própria sombra. O contato de  Griffin com o palhaço e a árvore de animação, foram quase fiéis ao original e tão angustiante como, mas o garoto teve seu personagem como o principal do filme, ofuscando o papel da mãe, que era a principal personagem no original, e tornando-se o herói do filme, quando ele entra no outro lado para resgatar sua irmã mais nova. Palmas para Kyle Catlett! 



Os Parapsicólogos de 1982 e os Investigadores Paranormais de 2015 




Quando Carol Anne desaparece, os Freelings vão buscar ajuda na universidade com a investigadora paranormal Dra. Lesh (Beatrice Straight), esta personagem explica para a família o que está acontecendo na casa deles. Segura e esclarecida, a Dra. Lesh vai caminhar ao lado dos Freeelings como uma amiga. Beatrice Straight trouxe o peso de um caminhão em sua atuação (e um Oscar!), para o papel da parapsicóloga, o que a torna uma presença muito bem-vinda à família Freeling e para nós espectadores. Seus assistentes não eram lá muito bons como ela, mas o que  realmente importa, é que a Dr. Lesh foi mais do que importante para aquela família desesperada. 


No remake, fica frágil a apresentação da Dra. Brooke (Jane Adams) como uma pesquisadora desmiolada, excêntrica e muito acadêmica. Todo o conforto e segurança que a Dra. Lesh trazia se perdem com Brooke, que faz a linha paranormal estranha que parece se relacionar melhor com os fantasmas do que com os vivos. Sua equipe foi pouco desenvolvida no filme e pouco se aprofundou na atmosfera fantasmagórica daquela casa.


Tangina Barrons e Carrigan Burke 



Tangina Barrons, um nome esquisito, baixinha, gordinha e de fala infantil, é esta mulher quem vai comandar a operação para resgatar Carol Anne. A frase “Vá para a luz Carol Anne!” dita por ela se tornou um bordão do gênero assim como a dona dele. Zelda Rubinstein trouxe uma gama completa de emoção do calor folclórico, a sabedoria prudente, uma força surpreendente e um pouco de complexidade para que você adivinhasse se ela era realmente uma clarividente ou uma charlatã, se ela era a solução para os problemas dos Freeling ou uma vilã. Apesar da sua fragilidade física, ela era segura e forte, sabia o que estava fazendo, o que a torna um dos grandes trunfos do filme original.





Cientes de que seria impossível recriar Tangina, os produtores do remake optaram por apagá-la no sentido que criaram um personagem masculino, Jared Harris, que foi realmente muito bom como Carrigan Burke. Um investigador paranormal, o “médium da TV” no remake. Eu diria mesmo que um filme focando seu personagem viajando pelo mundo livrando casas de espíritos malévolos, foi interessante de se ver. No entanto, ele não é uma Zelda Rubinstein e seu personagem não teve definitivamente a força de Tangina Barrons. 

Conclusão

Não tenho nada contra remakes de filmes que foram sucesso no passado. É válido, e muito interessante você assistir aquele filme com outro olhar, uma outra direção, com personagens atualizados, efeitos especiais melhores, mais modernos. O Poltergeist original é uma joia rara e acho que merecia uma refilmagem a sua altura. Esta, não foi capaz de capturar qualquer resquício dos sustos e do charme que o filme original fez parecer tão fácil. Mesmo em sua própria versão de 2015, POLTERGEIST – O FENÔMENO, nada mais é do que um bom passatempo, agradável e sem grandes exigências,mas um filme infinitamente esquecível que se despede facilmente da memória antes dos créditos finais começarem a rolar na tela. Em comparação, POLTERGEIST – O FENÔMENO original de 1982, permanece conosco se o vimos pela primeira vez ontem ou há 33 anos atrás.