"Ele sabe o que assusta vocês!"

“Antes era o escuro que metia medo; agora passa a ser a luz...” De uma dimensão para além dos vivos, um terror que aniquila.
Da tela sem vida da televisão vem o horror que nos arrebata...POLTERGEIST, É a destruição apossando-se de uma criança inocente.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

A História : Poltergeist, O Fenômeno

"Eles estão Aqui!"

Poltergeist (Poltergeist - O Fenômeno, assim no Brasil) é um filme de terror produzido nos Estados Unidos e lançado em 1982. É um dos filmes mais aterrorizantes da década de 80.
Escrito (história) e produzido por Steven Spielberg e dirigido por Tobe Hooper. Reza a lenda que a direção geral mesmo foi de Steven Spielberg, que no mesmo ano dirigiu também E.T. - O extraterrestre, o qual estava preso por contrato com o filme "E.T.", não poderia ter seu nome atrelado à direção de outro filme e por isso teria usado o nome de Tobe Hooper (Massacre da serra elétrica). Mas nota-se o toque dos dois no filme. Apesar dos créditos do filme indicarem que Tobe Hooper é o diretor de Poltergeist, na verdade ele ficou apenas encarregado com o trabalho mecânico de rodar as cenas. A grande maioria das decisões criativas do filme foram de Steven Spielberg.
O Roteiro é de Mark Victor, Matthew F. Leonetti, Michael Grais e Steven Spielberg. 


Poltergeist - O Fenômeno é bastante parecido com um episódio da série de TV americana "Twilight Zone" chamado "Little Girl Lost", que teria inspirado o filme, mas a produtora nunca confirmou a veracidade desse fato. 
Os efeitos especiais ficaram a cargo da Industrial Light & Magic, os quais foram realizados com o que havia de mais moderno na época e impressionam até hoje. Fundada por George Lucas em 1975. A Industrial Light & Magic é uma sub-divisão da empresa e produtora de filmes Lucasfilm, criada em 1971. A sede está localizada no Letterman Digital Arts Center, em São Francisco.
A trilha sonora foi composta por Jerry Goldsmith que é considerado um dos mais influentes compositores do século XX, tendo trabalhado em diferentes gêneros, principalmente ficção científica,  terror e fantasia. É mundialmente famoso, principalmente, por seus trabalhos em cinco filmes série Jornada nas Estrelas.
Goldsmith recebeu em sua carreira 17 indicações ao Oscar, tendo vencido apenas em uma ocasião pelo seu trabalho no filme The Omen, em 1976.
Tanto o filme como o livro começa apresentando uma típica família feliz do subúrbio americano da década de 80. 

Num cenário bem comum nos filmes de Spielberg. A feliz família Freeling. O casal Steve um homem robusto de 37 anos  e Diane uma franzina, delicada e dedicada dona de casa de 32 com os seus três filhos, Dana a mais velha com 15 anos, Robbie é o do meio com oito anos e a caçula Carol Anne com 5.




Depois de alguns anos vivendo na casa em um condomínio residencial construído pela empresa que Steven trabalha, algumas coisas estranhas começam a acontecer dentro de casa dos Freeling, como  objetos que se movem, luzes em flashes, cadeiras que vão de um local a outro da casa, Carol Anne começa a sofrer crises de sonambulismo e a  assim passa a se comunicar com vozes vindas de um canal sem sinal na TV, vozes que só ela escuta. Diane acha tudo estranho e até fica excitada com os fatos por algum tempo.


Mas isso é apenas o início. Carol Ane faz contato com os seres fantasmagóricos. As manifestações começam a ficar mais violentas, e numa certa noite de tempestade, os fenômenos pioram. A árvore, um velho carvalho que fica próximo a casa, invade o quarto das crianças e tenta engolir o menino, Robbie. 


Durante a tormenta, Carol Anne é raptada por forças sobrenaturais e sugada para algum outro plano da existência. Sua família, desesperada, vai em busca de ajuda. 

Com o auxílio de um grupo de parapsicólogos, eles terão que enfrentar não apenas os espíritos desencarnados, mas a força do mal para que possam trazer sua filhinha de volta.

 


A história é fantástica! A perfeita direção e interpretação dos atores, em especial a maravilhosa Jobeth Williams, nos faz ficar mais de uma hora acompanhando essa família até que essa loucura toda termine e por fim acabamos realmente nos importando com eles, e torcemos para que tudo dê certo e eles consigam encontrar a angelical Carol Anne.


Na época de seu lançamento, o filme contava com o que havia de mais moderno em efeitos especiais, o que impressionou muito a plateia. Hoje, os efeitos estão um pouco ultrapassados, mas o filme não é feito apenas disso. É também um suspense com humor negro e calor humano que prende a nossa atenção do início ao fim.
Poltergeist ainda impressiona e é capaz de dar bons sustos. Apesar dos efeitos visuais terem envelhecido um pouco, as interpretações impecáveis do seu maravilhoso elenco, valem por qualquer truque e efeito do filme, o que não é muito comum em filmes de horror. Todos os atores, dos mais jovens aos mais veteranos, formam um elenco espetacular que não deixam brechas em suas atuações.

Como já havia falado antes, a atuação de Jobeth Williams, como Diane, passa exatamente a sensibilidade da personagem que está no roteiro e no livro. Que apesar de ser fisicamente uma mulher frágil e delicada, ela consegue encontrar forças e lutar com o sobrenatural (sozinha), para salvar seus filhos da besta.  A cena em que Carol Anne em forma de spectro passa por dentro da alma da mãe, é fantasticamente encantador. Diane consegue sentir o seu cheiro, o seu toque. É muito sensível.
A filha mais velha Dana (Dominique Dunne), que passa maior parte do tempo longe da casa, por medo, o pai Steve, com aquele jeito meio brutamontes, que muitas vezes fica no meio termo se o que está acontecendo é real ou loucura.


A veterana Beatrice Straight, que apesar de ser uma cientista, é quem melhor consegue explicar principalmente para o menino Robbie, o que aconteceu com sua irmã, e o que está acontecendo na casa, um dos melhores diálogos do filme.



Já a fantástica clarividente Tangina Barons, que parece saída de um circo, é quem ajuda a a família a resgatar a sua filhinha sem perder o bom humor e afeto que um tem pelo outro.
Sempre que assisto, me emociono com a cena que a mãe é amarrada a uma corda para resgatar a filha do outro lado, e a mesma beija o marido, dizendo que o ama e que ele não desista de ir atrás delas. 



É imposível não falar de Poltergeist sem mencionar a brilhante Heather O’Rourke. Que faz um belo trabalho nesse filme, o que lhe rendeu o seu reconhecimento definitivo com o público. Como esquecer da graciosa, doce e sensível Carol Anne. Sua aparência física, com seus grandes olhos azuis, longos cabelos lisos e loiros é outro fator marcante no filme. Quando falamos do filme por aí, todo mundo pergunta: "Ah, é aquele da menina loirinha que fala com o aparelho de televisão?"  

Elenco
  • Craig T. Nelson ... Steve Freeling
  • JoBeth Williams ... Diane Freeling
  • Beatrice Straight ... Dr. Lesh
  • Dominique Dunne ... Dana Freeling
  • Oliver Robins... Robbie Freeling
  • Heather O'Rourke ... Carol Anne Freeling
  • Michael McManus ... Ben Tuthill
  • Virginia Kiser ... Mrs. Tuthill
  • Martin Casella ... Marty
  • Richard Lawson ... Ryan
  • Zelda Rubinstein ... Tangina Barrons
  • Lou Perryman ... Pugsley
  • Clair E. Leucart ... Bulldozer Driver
  • James Karen ... Frank Teague
  • Dirk Blocker ... Jeff Shaw
  • William Hope ... namorado de Dana no carro (cameo) (não-creditado)

Prêmios

Recebeu 3 indicações ao Oscar: Melhores Efeitos Sonoros, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Trilha Sonora.

Fatos e curiosidades sobre a produção do filme
  • Foi lançado  em 4 de Junho de 1982 e arrecadou somente nos E.U.A. cerca de 76 Milhões de dólares, um sucesso, pois custou cerca de 20 milhões.
  • A fala do filme, "They're here!" foi eleita como a #69 de uma lista de 100 das melhores falas da história do cinema.
  • Um fato interessante é que é que Poltergeist perdeu o Oscar de efeitos para o próprio Spielberg pelo filme E.T. - O Extraterrestre.
  • O filme que aparece na TV em uma cena logo no início de Poltergeist, Dois no Céu (1943), mais tarde refilmado pelo próprio Spielberg como Além da Eternidade (1989).
  • Um aviso no Holliday Inn diz "Welcome Dr. Fantasy and friends". Dr. Fantasy era o apelido de Frank Marshall, um dos produtores do filme.
  • Dominique Dunne, que interpretou a jovem adolescente Dana Freeling em Poltergeist, morreu no mesmo ano do lançamento do filme, estrangulada pelo seu namorado.
  • Poltergeist - O Fenômeno gerou ainda duas sequências, chamadas Poltergeist II - O Outro Lado (1986) e Poltergeist III - O Capítulo Final (1988).
  • A mão que vai arrancando a carne do rosto do investigador no banheiro é de Steven Spielberg.
  • O jeito esquisito como os membros da família descem a escada no início do filme foi filmada com os atores subindo as escadas de costas e rodando o filme em reverso. O mesmo efeito foi usado mais tarde na cena da gravação dos fenômenos fantasmagóricos.
  • Para dar aos fantasmas uma movimentação mais etérea quando eles aparecem descendo as escadas, o diretor fez com que os atores subissem as escadas de costas e depois revertendo o filme na edição final.
  • A cena em que a casa é engolida, o que vemos na verdade é uma maquete de cerca de dois metros, e embaixo dela foi posto um aspirador de pó que foi sugando a maquete até a mesma estar dentro do saco por completo.
  • Steven Spielberg trabalhou na produção deste filme e na produção de E.T., O Extra-Terrestre simultaneamente do começo ao fim.
  • Jerry GoldSmith compôs a trilha sonora para os dois filmes.
  • Heather O'Rourke, a Carol Anne do filme, e Dominique Dunne, que interpretava sua irmã mais velha, Dana, foram enterradas no mesmo cemitério: Westwood Memorial Park, em Los Angeles. Dunne foi estrangulada até a morte cerebral pelo seu namorado em 1982, o ano de lançamento do filme.
  • Durante a cena em que Robin (Oliver Robins), o irmão de Carol Anne, está sendo enforcado pelo palhaço, os braços do boneco em torno do seu pescoço estão muito apertados e Oliver começa a sufocar e grita 'eu não posso respirar !'. Spielberg, achando que ele estava improvisando, apenas o instruiu para olhar para a câmera, até que nota que o rosto do garoto estava ficando roxo. Neste momento ele correu para soltar os braços do palhaço do pescoço de Robin.
  • Drew Barrymore foi escalada para o papel de Carol-Anne, mas Spielberg queria alguém mais jovem e angelical, substituindo-a por Heather O'Rourke. Barrymore não saiu perdendo, pois ela conseguiu o papel em E.T., O Extra-Terrestre.
  •  O efeito de som usado para dar voz a besta foi retirado do próprio rugido feito pelo leão da MGM.
  • Quando os escritores Michael Grais e Mark Victor se encontraram com Spielberg pela primeira vez, eles tinha sido contratados para roteirizar o filme que por fim seria Além da Eternidade. Quando Spielberg mencionou que também tinha uma ideia para um filme sobre fantasmas, Grais e Victor disseram que preferiam escrever uma estoria sobre fantasmas do que Além da Eternidade e foi assim que conseguiram o trabalho.
  • Os esqueletos que emergem da piscina enquanto Dianne procura por ajuda são de verdade. A atriz JoBeth Williams não sabia disso até depois que a cena fosse filmada.
  • A cena da carne que começa a se movimentar como uma lagarta, é um pedaço de bife de verdade que anda graças a fios de arame amarrados a ela por baixo de uma abertura no balcão que ela estava.
  • Spielberg produziu a maioria das cenas desse filme. Ele se referiu em entrevista que "Se E.T. era um suspiro, Poltergeist era um grito".
  • Foi oferecido um papel a Shirley MacLaine, mas ela desistiu devido ao seu papel em "Laços de Ternura".
  • A cena das cadeiras que se posicionam de forma espetacular sobre a mesa em apenas alguns segundos enquanto Dianne abaixa-se para pegar alguns produtos de limpeza foi filmada em apenas uma tomada. No momento em que a câmera se afasta focalizando a ação de Dianne, vários membros da equipe põe em cima da mesa a estrutura já montada das cadeiras e retiram as cadeiras que a contornavam. 
                                   
  • JoBeth Williams estava hesitante nas filmagens da cena da piscina devido a grande quantidade de equipamentos que se espalhavam sobre e em volta da piscina. Para confortá-la e dar mais segurança, Spielberg entrou junto com ela na piscina e disse "Se algo der errados nós dois iremos fritar". A estratégia funcionou.
  • Na verdade Craig T. Nelson e JoBeth Williams são apenas 14 e 11 anos mais velhos que Dominque Dunne que faz o papel de sua filha adolescente na época.
  • A cena em que Diane abre a porta do quarto das crianças e se depara com um grito assustador foi a primeira a ser rodada.
  • A cena em que Marty tem alucinações quando está olhando para espelho foi a última cena a ser rodada.
  • Ambos os medos que aterrorizam Robbie no filme, vem dos medos reais de Spielberg quando era criança. O do palhaço de brinquedo e o da árvore que é vista no lado de fora da janela.
  • Spielberg e Hooper quiseram por no elenco da família Freelings atores pouco conhecidos, pois estrelas conhecidas tirariam um pouco do realismo e do foco centrado na estoria. Deu certo!!!
  • As luzes que aparecem saindo do armário do quarto das crianças foram feitas numa montagem em que a luz era refletida através de um aquário cheio e com um ventilador na frente para dar o efeito de espiral.
  • Para homenagear George Lucas, Steven Spielberg decorou o quarto com pôsteres e bonecos do Star Wars.
  • A casa utilizada para essas filmagens está localizada em Simi Valley na Califórnia e ainda existe. A família que morava na casa na época das gravações ainda residem lá.
  • Além das duas aparições que a besta tem durante o filme, no script original ela apareceria mais uma vez quando estão escutando a fita com a gravação dos espíritos.
  • O fantasma gigante que aparece com cara de um velho e que repentinamente faz uma cara assombrosa, é o homem que iremos conhecer nos próximos filmes como Henry Kane.
  • Durante todos as cenas de horror que ocorreram no filme, apenas uma realmente assustou Heather O'Rourke, a cena em que um ventilador vai lançando os brinquedos dentro do armário e ela tem que se segurar para não ser levada. Ele caiu em desespero, fazendo com que Steven Spielberg parasse o filme, tomando-a em seus braços e prometendo que não teriam que repetir aquela cena novamente.
  • JoBeth Williams afirmava que quando voltava para casa depois das filmagens, encontrava os seus quadros todos tortos na parede. Ela os endireitava, mas, ao retornar no dia seguinte após as filmagens, estavam todos tortos novamente.

4 comentários:

  1. Caramba, que matéria legal e completa sobre o filme. Parabéns, um ótimo trabalho de pesquisa.
    Marlon Freire.

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  2. Encontrei este site quando procurava saber como foi feita a cena da destruição da casa no final do filme, fiquei surpreso com a quantidade de informações. Muito bom. Parabéns.

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  3. adoro aquele filme sempre o revejo em dvd que guardo com carinho pena que aominique ea hetaher morreram tenho certeza que fariam grandes carreiras m hollywood

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  4. Certamente continuariam fazendo muito sucesso em Hollywood Luis, mas infelizmente nos deixaram muito cedo. Obrigado pela visita. Em breve publicarei mais material. Um abraço!

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